2006-05-25

aconteceu..na aula de educação de adultos


Comunicação sobre o teatro do oprimido pela Clara e pela Filipa

Títulos das comunicações produzidas na disciplina de Educação de Adultos II

SUSANA DOS REIS BRITO Um olhar sobre a E.A.
Mª DA CONCEIÇÃO LOURENÇO E.A. e a importância das suas práticas
MARTA GOMES ALMEIDA A importância da Aprendizagem ao longo da vida
ANDREIA CRISTINA MONTEIRO Exclusão social
MARIA ISABEL FILIPE RAPOSO Cursos RVCC
VÂNIA DIAS MARTINS Timecircus… Até que ponto Educação de Adultos?
JOANA MARGARIDA SILVA A importância da E.A. numa autarquia
ANA LÚCIA ANDRADE COSTA O método de Paulo Freire
ANA MARGARIDA MARTINS Cidadania e Idosos
ANDREIA PEDRO JORGE A E.A. e o desenvolvimento comunitário
CELINA RAMOS Algumas perspectivas em torno da educação de adultos
CLARA MOREIRA Teatro do Oprimido
CLÁUDIA ISABEL PUGA RAMOS Método de Paulo Freire
DÉBORA DA CRUZ BARROTE Formas e métodos em educação de adultos
EDUARDA MARIA PENAS Andragogia
FILIPA ALEXANDRA AZEVEDO Teatro do Oprimido
FILIPA ALEXANDRA GUERREIRO O educando adulto
FILIPA ISABEL BELCHIOR E.A. O agente e o adulto educando
ISA ROMANA BRITO A importância da Educação Artística na E.A.
LILIANA LOPES Educação de Adultos em Portugal
LUCIANA RODRIGUES FURTADO O perfil do Educador de adultos
MARISA SOFIA DA PALMA Pedagogia ou Andragogia para adultos?
MARTA ALEXANDRA REIS Métodos e formas em E.A.
MÓNICA SOFIA ROCHETA E.A. e desenvolvimento comunitário
NATÉRCIA AFONSO Uma história de vida
SARA LIZ RODRIGUES Time circus: A animação sociocultural e aInt. Comunit.
SHENNEN AUST E.A. e Desenvolvimento Comunitário
SÍLVIA LIMA A Educação de Adultos
SUSANA MENDES E.A e desenvolvimento comunitário
TÂNIA SOFIA VIEGAS O adulto educando
TÂNIA RODRIGUES Ensino especial
ANDREIA JOÃO RAPOSO Andragogia um conceito de Educação
BRUNA PEREIRA VICENTE O conceito de E.A.
CARLA SOFIA RODRIGUES Andragogia um conceito de Educação
SANDRA PAULA SILVA Alfabetização- LIberdade

2006-05-21

O Educador Social um especialista de mãos cheias e de bolsos vazios”

Os educadores comunitários são especialistas de “bolsos vazios”, com reduzidos recursos financeiros e materiais - porque é fácil trabalhar quando se tem bons orçamentos, o que não é o caso de quem faz educação social - mas de “mãos cheias”, de esperança, de voluntarismo, de optimismo, de confiança no futuro, mãos cheias de amor, mãos empenhadas na luta, mãos cheias de esperança, mãos que dão vida às competências instrumentais, interpessoais e sistémicas que lhes permite actuar, no sentido do desenvolvimento comunitário, utilizando teorias relativas à educação social e pedagogia social, através da realização de acções no âmbito da educação de jovens e adultos, animação sociocultural, animação socioeducativa, formação profissional, alfabetização tecnológica. Com as “mãos”ávidas de afirmar a sua especialização enfrentam os desafios que lhe são colocados na sua prática profissional, para as quais utilizam as capacidades pessoais de articular conhecimentos, habilidades e atitudes inerentes a situações concretas do trabalho social comunitário. O educador comunitário não é nem deve ser um “super-herói, mas às vezes parece…Com o seu romantismo, acaba nalgumas situações por ser a mola propulsora de processos de desenvolvimento do trabalho de educação comunitária, do estímulo à participação comunitária e do trabalho intersectorial. Quando são agentes da comunidade, os educadores sociais não só se assemelham nas características e anseios das pessoas, como também preenchem lacunas, justamente por conhecerem as necessidades desta população. Ser agente de desenvolvimento local é ser povo, é ser comunidade, é viver o dia a dia a vida da comunidade, é ser o elo de ligação entre as necessidades da população e o que pode ser feito para melhorar suas condições de vida. É ser a ponte entre a população e as instituições locais. Nesta perspectiva o educador comunitário pode tornar-se no mensageiro da comunidade. É alguém que se identifica, em todos os sentidos, com a sua própria comunidade, principalmente na cultura, linguagem, costumes e precisa gostar do trabalho comunitário que realiza. É gostar, principalmente, de contribuir para a resolução dos problemas das pessoas e entender que as pessoas nascem e têm direito à qualidade de vida e à aprendizagem ao longo da vida. É função dos educadores comunitários lutar e aglomerar forças, para em nome da sua comunidade, contribuir para a defesa dos direitos das pessoas e democratização das instituições, entendendo que é o serviço público que atende à população pobre, pelo que é preciso torná-lo de boa qualidade. Também é preciso lutar por outros factores que são determinantes como a saúde, o trabalho, a habitação, o saneamento básico e a participação nas esferas de decisão dos serviços públicos. O educador comunitário, enquanto agente de desenvolvimento, pode situar a sua actuação em duas dimensões, uma mais estritamente técnica, relacionada com a educação mais informal, o atendimento/aconselhamento a indivíduos e famílias, a intervenção para a prevenção, a ajuda a grupos na resolução de problemas específicos, e uma intervenção mais política, porém não apenas de solidariedade à população, mas também, no sentido de organização da comunidade, da transformação das condições de vida. Assim, a dimensão política deve ser exercida pelo educador comunitário, não só como profissional, mas como cidadão. Por sua vez, esta componente política expressa duas perspectivas complementares: o educador comunitário como um elemento de reorientação da concepção e do modelo de atenção à melhoria da qualidade de vida das pessoas, de discussão com a comunidade dos problemas que os afectam e o educador social comunitário, agente local, fomentador da organização da comunidade para a cidadania e a inclusão, numa dimensão de transformação social. Um outro aspecto bastante encontrado na prática, mas não relacionado com os conteúdos funcionais desta figura profissional é a dimensão de assistência social. Assim, o educador comunitário aparece como um profissional que procura juntar as perspectivas da atenção primária e da saúde comunitária, buscando resolver questões, como o acesso aos serviços, no que lhe corresponde de racionalidade técnica, mas também integrando as dimensões de exclusão e cidadania, ou seja, o desafio de juntar o pólo técnico ao pólo político. Há uma dimensão técnica e uma dimensão solidária e social. Este é um dos dilemas do educador e interventor comunitário, a dimensão social convivendo com a dimensão técnica assistencial. Ao incorporar essas duas dimensões, o conflito pode aparecer principalmente na dinâmica da prática quotidiana, já que no dia-a-dia da sua acção, os educadores comunitários são colocados diante de contradições sociais, o que é “muito pesado” e, por isso, fazem determinadas opções, segundo as exigências e as suas próprias referências. As áreas de intervenção são muito amplas, e, em muitos casos, o educador comunitário pode não dispor de instrumentos suficientes, de técnicas apropriadas e/ou saberes suficientes para enfrentar determinadas situações. Essas dificuldades podem fazer com que acabe trabalhando com o senso comum, com a religião e, mais raramente, com os saberes e recursos das famílias e da comunidade. O educador comunitário ao realizar acções e interacções, confronta-se com realidades para as quais a Educação e Intervenção Comunitária ainda não terá desenvolvido nem um saber suficientemente sistematizado nem instrumentos adequados de trabalho que compreendam determinadas situações relativas à educação formal, à abordagem das famílias, ao contacto com situações de vida precária que determinam as condições de saúde, a gestão de conflitos, o posicionamento frente à desigualdade social e à busca da cidadania. Aplicando teorias de comportamento humano e dos sistemas sociais, o educador social focaliza a sua intervenção no relacionamento das pessoas com o meio que as rodeia. Os princípios de direitos humanos e justiça social são elementos fundamentais para a sua acção. A sua missão é ajudar as pessoas a desenvolverem todas as suas potencialidades, a enriquecerem as suas vidas e a prevenir as disfunções. Desta forma, são agentes de mudança na sociedade e também na vida dos indivíduos, família e comunidades a quem o seu trabalho se dirige. A sua acção desenvolve-se a partir dos ideais de humanismo e democracia e os seus valores radicam no respeito pela igualdade, valor e dignidade de todos. Solidariamente com os mais desfavorecidos visa mitigar a pobreza e liberar as pessoas vulneráveis e oprimidas promovendo a sua inclusão social. O exercício desta profissão enfrenta as barreiras, desigualdades e injustiças existentes na sociedade e actua em situações de crise e de emergência, mas também dá resposta aos problemas de natureza pessoal e social do dia a dia. Na prática profissional, o processo de educação comunitária, de melhoria da qualidade de vida e da transformação social depende de um conjunto de factores técnicos, políticos, sociais e o envolvimento de diferentes actores, incluindo os próprios Educadores Sociais que sem dúvida, têm um papel fundamental. A propósito do título do texto, aqui fica uma adaptação de um poema de uma autora brasileira, Cora Coralino.

Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranquilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Educador, procura ser esse semeador
Semeia com optimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Solidariedade e da Justiça.

2006-05-10

prémio revelação 2006

Há seis anos que coordeno as Práticas do Curso. Todos os anos há surpresas, mais surpresas positivas que negativas relativamente ao trabalho desenvolvido pelos alunos e alunas em Práticas. Por alguma razão as práticas são o coração do Curso e tanto têm feito por esse Algarve no sentido da Afirmação do Curso. Tenho o primeiro contacto com os alunos e alunas do Curso só no 2º ano e não é possível conhecer todos e todas num contacto semanal de três horas, sobretudo quando os alunos e alunas não são muito assíduos, sobretudo se são trabalhadores/as estudantes. Este ano, são precisamente duas estudantes trabalhadoras que se revelaram de uma forma fantástica face à atitude revelada perante as Práticas. Realizando as Práticas na Associação D`Agir estas alunas "vestiram" a camisola da Associação e do Curso e têm mostrado a "raça" da Educação Comunitária. Depois da organização dos festejos do 25 de Abril, da organização do sarau cultural no âmbito do I Encontro Ibérico de Educação e Trabalho Social é vê-las na organização do Faro Sénior que ocorre no País das Maravilhas durante a Semana Académica. Parabéns Fernanda e Adosinda pela bela lição de competência, voluntarismo e dedicação à causa da educação comunitária. Um exemplo para todas as colegas, sobretudo porque não é fácil compatibilizar a profissão de funcionárias públicas em escolas de Quarteira e Portimão respectivamente, mais o papel de mães, com o estatuto de alunas em Práticas. Bem hajam.