2008-02-27

Programa da disciplina de Educação de Adultos II

PROGRAMA
Unidade Curricular: Educação de Adultos II
Área Científica: Políticas Sócio-Educativas
Ano: 2; Semestre: 2º; Créditos ECTS: 6 ; Tempo Trabalho Total (horas) :168 h
Professor responsável: Joaquim Matias Pastagal do Arco

1. Introdução

A disciplina de Educação de Adultos II é uma disciplina semestral, de carácter teórico e teórico-prático que implica a realização de um conjunto de actividades que visem a aquisição de conhecimentos e competências fundamentalmente técnicas e críticas que lhes permita Observar, Analisar e Reflectir sobre este campo do Social. a disciplina de Educação de Adultos tem como principal finalidade propor aos alunos do 2º ano do Curso de Educação e Intervenção Comunitária um itinerário de formação que os conduza a uma incursão por diferentes domínios relativos à educação recorrente e extra-escolar, educação formal, educação não formal e informal, no sentido de construírem um entendimento aprofundado sobre Educação de Adultos.

2.Competências a desenvolver

Instrumentais:

-Articular saberes de diferentes áreas disciplinares ao serviço da educação de adultos;
-Adquirir conhecimentos adequados ao agente educativo com intervenção na comunidade
-Abordar numa perspectiva sistémica e integrada o ensino não formal
-Conhecer diferentes perspectivas sobre Educação de Adultos
-Caracterizar modos de acção educativa com adultos
- Desenvolver uma atitude investigativa face à educação de adultos

Interpessoais:

-Desenvolver o sentido crítico e reflexivo;
- Desenvolver capacidades comunicativas;
-Compreender a importância do papel do agente de Educação de Adultos face aos problemas que pessoas e grupos da população vivenciam na sua vida quotidiana
-Posicionar-se criticamente face aos problemas que afectam o bem estar das pessoas

Sistémicas:

-Ser capaz de mobilizar conhecimentos relacionados com a educação de adultos
-Realizar aprendizagens no âmbito do trabalho em grupo e do trabalho cooperativo
-Adoptar uma atitude dialogante no desenvolvimento das actividades teórico-práticas
-Reflectir as experiências de aprendizagem vivenciadas durante o processo de formação.
3.Conteúdos Programáticos
1-Contributo de Paulo Freire para o desenvolvimento da Educação de Adultos
2-Breve perspectiva histórica da Ed. de Adultos
3-Formas e Métodos de Educação de Adultos
4-Cursos de Educação Básica de Adultos
4.1. Como jogar com a linguagem num Curso de Alfabetização
4.2. A aprendizagem da Matemática num C.E.B.A.
5- O Agente de Educação de Adultos
6- O Adulto Educando
7- A Educação de Adultos e o Desenvolvimento Comunitário
8- A Avaliação em Educação de Adultos

4.Estratégias / Métodos de Ensino
- Exposição oral
- Trabalho individual
- Análise e discussão de textos
- Trabalho de grupo
- Comunicações
- Debates


5.Avaliação
a)- Frequência (Peso 2,5).
b)- Trabalho de grupo: (5)
Os alunos realizarão em grupo um trabalho até 25 páginas, de acordo com as normas do Curso, sobre um contexto de trabalho em Educação de Adultos no Algarve.
c)- Discussão do trabalho. (Peso 2,5).

6. Resultados esperados
A filosofia que orienta a disciplina procura ser coerente com o conceito de Educador Social que se pretende formar, um técnico polivalente que demonstra uma attitude investigativa, conhecedor dos diferentes domínios da educação de adultos, capacitado para agir em contextos diversificados, preparado para trabalhar individualmente, em grupo e para o grupo, capaz de interagir com realidades e problemáticas específicas do seu futuro desempenho profissional.

7.Bibliografia
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CARDOSO,C.M. (1996) Educação Multicultural – Percursos para Práticas Reflexivas. Lisboa. Texto Editora.
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CONSELHO DA EUROPA (1993) Declaração da Conferência Final “Educação de Adultos e Mutações Sociais”. Lisboa: DEB.
DIRECÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS (1982) A Preparação das Acções de Educação de Adultos – Estudo do Meio - Lisboa: Ministério da Educação.
DIRECÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS (1986) A Educação de Adultos –1980/1985. Actividades da D.G.E.A. Ponto da Situação. Lisboa: Ministério da Educação.
DIRECÇÃO GERAL DA EDUCAÇÃO PERMANENTE (1979) Plano Nacional de Alfabetização e Educação Base de Adultos – Relatório Síntese. Lisboa: Ministério da Educação.
DIRECÇÃO GERAL DA EXTENSÃO EDUCATIVA (1989) Direcção Geral da Extensão Educativa: Objectivos, Programas, Acções. Lisboa: Ministério da Educação.
DIRECÇÃO GERAL DA EXTENSÃO EDUCATIVA (1992) Orientações 1993 – PRODEP Subprograma de Educação de Adultos. Lisboa: Ministério da Educação.
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SAVATER, F.(2000) Ética para um Jovem. 6ªEdição. Lisboa: Editorial Presença.
SILVA, A. S. (1990) Educação de Adultos, Educação para o Desenvolvimento. Porto: ASA.
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VÁRIOS (1995) Educacion Popular de Adultos en America Latina. Educacion de Adultos Y Desarrolo. Instituto de la Cooperacion Internacional de la Asociacion Alemana para Educacion de Adultos.
VÁRIOS (1992) Guia Anti-Racista. Lisboa. SOS Racismo.
VÁRIOS (1996) Guia Anti-Racista. Lisboa. SOS Racismo.


Fevereiro de 2008

2008-02-22

exame de recurso

Catarina Bernardino - 11 v

2008-02-19

crónica

Escrevi esta crónica para ser lida no programa "Socializar por aí" que temos na RUA...

Também eu tenho dois amores, em termos estritamente profissionais, a educação social e o ensino primário. De educação social falei num programa anterior, por isso vou centrar a minha crónica no Ensino Primário. Não, não estou a confundir conceitos, hoje a denominação é 1º Ciclo do Ensino Básico, mas eu prefiro a denominação de Ensino Primário, e foi, há precisamente trinta anos que quis ser professor primário, o que me levou a frequentar entre 1975 e 1978 o Curso do Magistério Primário. E, uma parte de mim ainda se considera professor primário…
Mas, com a reforma educativa em 1986,o Ensino Primário passou a denominar-se 1º ciclo do Ensino Básico, uma mudança mais pomposa que não deixava antever “boa coisa”. E não deixava mesmo…com o passar dos anos, tem vindo a observar-se alguma perda de identidade e uma progressiva descaracterização do ensino primário. Veja-se a actual organização curricular que disciplinarizou, por completo, este nível de ensino que se pretendia global e integrado. As orientações para a gestão curricular, no 1º ciclo do ensino básico, determina tempos mínimos de leccionação por disciplina e por áreas. Esta balcanização disciplinar só pode ser determinada por quem nada sabe sobre o que é o ensino primário…um nível de ensino cuja principal característica é a monodocência que compreende a iniciação às aprendizagens de forma integrada e direccionada para uma visão global do processo Ensino/Aprendizagem.
Afinal no que querem transformar o Ensino Primário, num ensino esclerosado e rígido? Depois vêm pedir contas à escola quando não são capazes de prestar boas contas do que têm andado a fazer em termos de reformas educativas. Se fossem competentes, certamente, que a escola primária também podia assumir com coerência o seu papel, já que não é o único agente da mudança, é só um dos vários agentes. E se assim é porque será que culpam a escola primária de ser só ela ineficaz? a escola primária não pode ser eficaz se o resto da sociedade não o for também. O Ensino Primário é hoje, um espaço de enorme visibilidade, que é, ao mesmo tempo, considerada, por alguns, como um dos principais responsáveis pelos males que enformam a Educação e, o centro político das paixões de mudar o panorama educativo que se vive em Portugal. A Escola Primária é vista como lugar estratégico, como unidade básica de mudança gerada desde “baixo”. Um olhar atento sobre este nível de ensino, a segunda etapa da educação básica, implica reconhecer a complexidade desta instituição educativa onde interagem diferentes culturas, tradições, diferentes modos de acção pedagógica, heterogeneidade de práticas, desequilíbrios de poder. Eis aqui a convergência com a educação social. A educação social procura promover a mudança social, a resolução de problemas no contexto das relações humanas e a capacidade e empenhamento das pessoas na melhoria do seu "bem – estar". Aplicando teorias de comportamento humano e dos sistemas sociais, a educação social concentra-se no relacionamento das pessoas com o meio que as rodeia. Os princípios de direitos humanos e justiça social são elementos fundamentais para a educação social que abrange as múltiplas e complexas interrelações que se estabelecem entre as pessoas e o meio que as envolve. A sua missão é ajudar as pessoas a desenvolverem todas as suas potencialidades, a enriquecerem as suas vidas e a prevenir as disfunções. Isto quer dizer que a utopia de uma melhor educação e uma escola mais humana, mais inteligente, mais solidária é indissociável da missão da educação social de contribuir para uma sociedade mais justa, mais culta, mais solidária e ecologicamente mais equilibrada. Vamos fazer com que a sociedade se desenvolva de tal maneira que também influencie a mudança da escola…. sem reformas educativas anedóticas.

Joca

2008-02-03

Exame de E.A. I

Resultados do exame realizado a 30 de Janeiro

Melisa Perruca - 11 v
Catarina Bernardino - 6 v
Joana Silva - 11 v
Silvia Neves - 12 v
Andrea Loureiro - 10 v
Angela Norte - 10 v
Carolina Bernardo - 10 v
Alicia Jeremias - 13 v
Marta Nunes - 10 v