2010-04-30

Exame especial de Abril

Exame de Educação de Adultos I

Maria Manuela Pinto de Bastos - 10 valores ( Aprovada)
Cláudia Paula Teixeira - 10 valores (Aprovada)

aula do dia 27

No dia 27 vimos o filme Favores em Cadeia. Devido à hora tardia aque acabou não houve discussão. Fizemos a discussão do filme na última aula. Para os alunos e alunas que faltaram à aula. Se quiserem podem deixar aqui o cometário ao filme.
Se não quiserem comentar o filme , podem responder a esta questão:
-O que se pode esperar de cada um de nós, educador social, para tentar "mudar" o mundo?

2010-04-19

Frase do dia

“O mundo está numa fase extremamente difícil e as pessoas em vez de se lançarem ao problema de ver como é que se vai resolver o problema, quais os caminhos a seguir, preferem com um pouco de cocaína ou vinho alhear-se do problema, anestesiar-se e deixar que tudo o resto vá por conta dos outros” (Agostinho da Silva, 1994 em Vida Convesável)

2010-04-13

Calendarização das avaliações

Dia 25 de Maio - Frequência de Educação de Adultos II (regime pós-laboral)
Dia 31 de Maio - FREquência de Educação de Adultos II (regime normal)
4 de Junho- Data limite de entrega dos trabalhos de grupo
Dias 7, 8 e 14 de Junho- Apresentação oral e discussão dos trabalhos de grupo (regime normal)
Dias 8, 15 e 17 de Junho - Apresentação oral e discussão dos trabalhos de grupo (regime pós-laboral)

Eu e os Outros

Vai reiniciar-se no dia 19 de Abril a 2ª fase do Projecto "Eu e Os Outros". Esta formação tem ocorrido na aula de Educação de Adultos II (regime diurno).
As sessões irão decorrer nos dias 19, 20, 26 e 27 de Abril. Dinamiza esta formação a equipa de Prevenção do IDT.

Sexualidade e Género

Está a decorer na aula de Educação de Adultos II (regime pós-laboral) um módulo de formação sobre Sexualidade e Género. Dinamizam esta formação as educadoras sociais, Sara Martins, Vânia Martins e Aurora Coelho. Esta formação inciou-se no dia 7 de Abril e vai continuar nos fias 13 e 20 de Abril.

2010-04-08

Cometário ao vídeo de Chimamanda Adichie

Chimamanda Adichie, escritora e contadora de histórias, alerta para “o perigo da história única”. No comunicado apresentado na aula de Educação de Adultos, Chimamanda revela sua vivência e o quanto lhe é importante a noção perigosa – de como lidar com a única versão de uma historia, ou seja, a história única.
Com contos deliciosos em que apresenta como fazendo parte de sua vida, como só uma boa contadora de histórias consegue cativar, expôs vários episódios e leituras que traçaram sua forma de pensamento. No seu universo, verificou a ignorância e preconceito dela própria em relação ao Mundo e as coisas através da história única. Em algumas situações eram provocadas ora por livros, por histórias contadas ou mesmo pelo distanciamento de realidades, reconhecidas unicamente por noções apresentadas por outros.
Chimamanda mais do que apresentar o erro de acreditar na história única, ela alerta para referir a existência de uma outra versão. Como assim? Tal como a historia dos cowboys americanos e dos índios, em que os filmes apresentam os habitantes nativos como desumanos e cruéis e os colonos como heróis. Se contarmos a história com a visão dos acontecimentos dos Nativos Americanos a história inverte. A história única deixa de acontecer e nos é apresentado dados novos e divergentes. Se falarmos de África, que é um Continente enorme com cerca de 54 países, e se acreditarmos na história única, todos vivem lá numa palhota, são negros e passam fome. È irónico para uns e triste para outros, mas muitos ainda acreditam nessa história única. Não quer dizer que infelizmente estas situações não aconteçam, mas muito mais do que essa história existe outras em cada metro deste gigante continente.
Quando duas pessoas se desentendem é normal existir duas histórias, uma de cada pessoa. O que isso quer dizer? Que somos seres complexos e contamos nossa versão das situações dependendo da nossa forma de viver a vida, de pensar e de sentir as coisas. Já diz o provérbio: “Quem conta um conto, acrescenta um ponto.”. Por isso não é fácil encontrar a história única num confronto, pois a história única não é mais do que um mito. Mito esse que se criou para facilitar a organização de informação, de poder, de formas de pensamento e ou comportamentos colectivos.
Sendo assim, ao se ouvir uma história, podem acreditar que existem outras histórias dentro dela e outras formas diferentes de a contar. Tal como acontece com o papel da mulher na sociedade, em que ao longo da nossa história são muito poucas as que conseguiram impor o seu lugar ao ponto de seu nome ficar registado. Mas isso será mesmo a verdadeira história? Não acreditamos. Talvez se a história fosse relatada por uma outra mulher, esta valorizaria as suas semelhanças de género. Talvez, ou talvez não. O que importa é que é só uma história, que se pode aprender muito, mas… nunca acreditando como sendo a história única.

Alunas :Cláudia Teixeira, nº. 38689,Carla Salvé-Rainha, nº. 38134,Florbela Dias, nº. 38116,Helga Heidy, nº. 26075,Sónia Luz, nº. 38007

2010-04-06

Comentário individual ao vídeo "Chimamanda Adichie"

No vídeo “ O PERIGO DA HISTORIA ÚNICA” são-nos apresentados vários relatos de acontecimentos da escritora Chimamanda Adichie ao longo do seu percurso de vida. A escritora remete-nos para uma profunda reflexão acerca das histórias de vida dos povos de alguns países e das ideias erradas que muitas vezes interiorizamos por ignorância e influência dos mass média. Ela fala-nos dos preconceitos e estereótipos criados á volta de países, nações, comunidades e até de pessoas por falta de informação e por manipulação dos média.
De facto quem de nós já não cometeu o erro de se referir a algo ou alguém por algum aspecto negativo que foi destacado de alguma forma?... Infelizmente parece que vivemos num mundo em que os feitos negativos se destacam sempre mais que os positivos. Na verdade ninguém pode ser limitado a um acontecimento, fase ou aspecto da vida.
Os seres humanos são inacabados, produto de várias experiências e interacções que até á morte nos vão proporcionando mudanças a vários níveis. O vídeo é lindíssimo e simples, teve em mim um efeito de reflexão que fui capaz de transportar a variados aspectos das minhas relações pessoais, profissionais, familiares e até a forma de ver o mundo.
Também eu tenho por vezes a tendência de generalizar povos grupos e pessoas, colocando-lhes rótulos mesmo sabendo que não existem pessoas iguais e que esse aspecto constitui das maiores riquezas da vida “ a diversidade”, pois permite-nos partilhar experiências, visões e perceber os diferentes propósitos.

Carla Rabaçal nº 37999

2010-04-05

Comentário ao vídeo de “Chimamanda Adichie”

Todos somos donos de uma história própria que nos caracteriza, uma história que contempla histórias de outros, de um povo e de um determinado local. Somos parte de algo com valor, que retrata o que outrora mais significado teve para um povo. A nossa função é preservar o que achamos correcto, aquilo em que acreditamos e que acarreta para nós, valores.
Sempre que nos lembramos de África, inevitavelmente ocorre-nos imagens onde a fome predomina. Fome, miséria, pobreza, escassez de água e de alimentos, sem mais nada para lembrar. Sempre que nos lembramos do Iraque, as imagens de terror surgem em nossas mentes. Mas porque nos lembramos apenas destas imagens degradantes? Será que aquilo que nos lembramos, resume-se àquele local? Não, não é, mas é apenas isso que sabemos.
Chimamanda Adichie menciona e muito bem, o perigo da história única. A história que deixam passar para todos, e é de facto, tal como ela refere, um perigo.
Um perigo que traz consigo, preconceitos e ideias pré-concebidas, alimentadas por todos nós. Todos somos culpados. Culpados porque criamos na nossa mente, e alimentamos ao passar para os outros, aquilo que nos contaram, mas que na verdade desconhecemos profundamente.
Neste pequeno vídeo, a escritora conta-nos através de episódios da sua própria vida e quase a título de uma envergonhada confissão, a facilidade com que a história única conduz ao estereótipo, sendo que este apenas poderá ser ultrapassado se nos munirmos de duas armas poderosas; a curiosidade e a sede de conhecer. Quanto mais conhecemos, quantas mais histórias conhecemos, menos limitados ficamos. Se não abrirmos o leque dos nossos pensamentos à aquisição de outros conhecimentos, a outras versões da mesma história, então, não só nós como também o mundo, ficaremos mais pobres.
A literatura é indiscutivelmente um bem essencial que alimenta a nossa visão, o nosso sentir e nos posiciona num lugar privilegiado para não cometer o injustificável erro da generalização.
Questionamos agora, aquilo que sabemos de cada povo, aquilo que ainda há por descobrir e divulgar, aquilo que gostaríamos de saber e de viver, para poder difundir junto dos nossos filhos. Não queremos cair em erro novamente, ao criar para os nossos filhos uma história única, não queremos novamente cair nesse perigo. Porque o perigo da história única, contribui para as nossas fraquezas e estas por sua vez, a uma crise de identidade cultural.

Grupo: Ana Simões, Catarina Viegas, Emanuela Mateus, Isabel Saúde , Tânia Jerónimo
Cometário ao vídeo "Chimamanda Adichie"

A História de Vida, à semelhança de qualquer narrativa, cumpre a sua finalidade na medida em que desenvolve mecanismos que lhe permitem estabelecer com quem a lê ou ouve um pacto inquebrável de confiança. De facto, enquanto lê ou ouve a História de Vida, a tendência do leitor ou ouvinte é não questionar a História, pois também não questiona a história. Ouve/lê e acredita.
Por isso, é, de facto, perigoso haver Histórias únicas. Porque, na maior parte das vezes, não questionamos – mais, não nos permitimos questionar - o que é contado. Entendemos a História única não apenas como verdadeira, mas como dogmática, isto é, inquestionável, uma verdade de fé, de crenças construídas com base naquilo que alguém decidiu que, por motivos políticos, religiosos, ou outros, seria instituído como verdade. É o poder ou a falta dele que determina Histórias únicas que, por vezes, perduram para sempre, pese embora possam existir muitas evidências que ponham tais Histórias em causa. Ao invés de valorizarmos as evidências de outras Histórias possíveis, minimizamo-las, relativizamo-las, tornamo-las insignificantes, para que a História única, aquela que desde sempre aprendemos era verdade, se perpetue.
Na realidade, poderíamos substituir tudo o que já dissemos pela palavra opressão. Histórias silenciadas oprimem, porque retiram às pessoas, às comunidades, às nações, à humanidade, a possibilidade de ver contada a multiplicidade de olhares e de potencialidades que compõem todas as dimensões do humano. Quem é oprimido é dependente de quem é opressor. Quem é oprimido aprende que precisa da ajuda paternal do opressor. Quem é oprimido, muitas vezes, não sabe que o é.
As Histórias múltiplas, neste contexto de opressão, são perigosas pois significam a possibilidade de libertação, de humanização, de empowerment. Não pensamos que se trate apenas de uma questão de repor a verdade. O que é a verdade? Será que se uma História de Vida for verdade, a outra (sobre a mesma pessoa) tem de ser mentira? Não poderão existir várias verdades? A verdade não será definida pela identificação por aproximação ou distanciação que cada um faz perante essas mesmas Histórias? A verdade de um não é necessariamente a verdade – nem a mentira – de outro. Podem existir várias verdades que não se invalidem mutuamente. Por exemplo, diz-nos uma História que Hitler foi um dos maiores tiranos de sempre, um homem sem respeito pela vida humana, um assassino. Uma outra História diz-nos que Hitler era doente psiquiátrico, profundamente infeliz, traumatizada, com uma ambição sem limites. Uma outra História diz-nos que muitos judeus viviam, em geral, da usura, e não raras vezes, tiveram, para além de conhecimento e cultura superiores, poder suficiente para colocar nas suas mãos nobres e, inclusivamente, reis. Este é um motivo histórico pelo qual foram tão odiados em tantas partes do mundo. E uma outra História quase desconhecida diz-nos que o Holocausto de Hitler vitimou ainda mais ciganos que judeus. Só que, contrariamente aos judeus, os ciganos nunca tiveram poder para contar a sua outra História… Será que alguma destas Histórias invalida a realidade da chacina de que os Judeus e os ciganos foram alvo? Obviamente que não. Mas ajudam-nos a compreender melhor as circunstâncias de uma realidade, a qual é sempre múltipla, sendo que a coerência humana é sempre uma construção à posteriori. Neste sentido, as Histórias múltiplas são verdades que nos ajudam a ficar mais próximos de uma realidade inalcançável: a História que, de facto, aconteceu (e acabou) num tempo e num espaço determinados, e à qual só podemos ter acesso através da mediação das palavras (de histórias) e de um exercício de interpretação que, por mais que desejássemos, nunca nos conduzirá à História verdadeira, mas às Histórias verosímeis.

Grupo de trabalho: Dora , Leila, Margarida Correia, Sílvia Vaz e Sara Guerreiro
Comentário ao vídeo de Chimamanda Adichie.

“O que isto demonstra, penso eu, é o quão impressionantes e vulneráveis somos, face a uma história, particularmente as crianças.” Chimamanda Adichie.
Ao longo do seu testemunho, Chimamanda mostra-nos o perigo da História Única, o poder que as histórias têm para fazer mudar o rumo dos acontecimentos das nações, dos povos, das pessoas. A autora nigeriana começa por esclarecer que também ela foi vítima da história única; em criança, quando escrevia as suas histórias, as suas personagens eram crianças loiras, de olhos azuis e que brincavam na neve. Isto porque, Chimamanda lia livros de histórias de escritores Norte-Americanos e Britânicos. As realidades das histórias que lia com tanto entusiasmo eram, completamente, diferentes das do seu país – Nigéria.
Assim que teve os primeiros contactos com escritores africanos, a sua percepção sobre a sua própria cultura mudou pois, afinal era possível escrever sobre coisas que reconhecia e que realmente existiam. Apesar de assegurar que a literatura Norte-Americana e Britânica foram uma boa influência, pois “eles agitaram a minha imaginação. Eles abriram novos mundo para mim”, a escritora reconhece a valorização de escrever sobre temas que estão enraizados em nós mesmos, temas esses que conhecemos e desmistificamos idoneamente perante outras pessoas. Contudo, os livros que leu enquanto criança remeteram-na e fecharam-na num mundo que ela pensava até ali, que era único, “a consequência não intencional, foi que eu não sabia que as pessoas como eu, podiam existir na literatura”. A descoberta de autores africanos representou para Chimamanda, a salvação de ter uma história única daquilo que os livros são.
Mais tarde, aquando do seu crescimento, também desmistificou a ideia de que as pessoas pobres, tais como as da família do seu “moço de recados”, Fide, não pudessem, de facto, criar algo. Ela própria embrenhou no perigo da história única ao assumir que as pessoas, por serem pobres, viviam impossibilitadas de criar e produzir. A pobreza desta família era a sua história única sobre eles.
Anos mais tarde, já adolescente, deparou-se com a história única criadas por pessoas que adoptam, automaticamente, juízos de valor com o desconhecido. O bom exemplo disso é a sua companheira de quarto universitária que, demonstrou ter uma história única sobre África ao assumir que todos os africanos eram incapazes de usar um fogão, só ouviam músicas tribais e, confessou ter sentido pena da futura colega de quarto nigeriana mesmo antes de a conhecer. África era a história única da sua colega de quarto.
O facto de, durante o nosso crescimento, desenvolvendo as nossas experiências e aprendizagens, sermos influenciados por determinadas histórias singulares, leva-nos a construir uma série de juízos de valor sobre temas, situações, contextos e, até mesmo, pessoas, que revelam-se difíceis de desmistificar. Nós estamos tão submersos e convictos daquilo que nos transmitem – seja uma pessoa, a família ou a sociedade – que acabamos por cometer erros e atitudes discriminatórias, julgando erradamente as pessoas que são detentoras da sua própria história de vida, independentemente, da sua cor, do seu país, da sua religião.
Chimamanda explica como cometemos o erro de formarmos as histórias únicas: segundo esta escritora ao se “mostrar um povo como uma coisa, vezes sem conta, é nisso que eles se tornam”. De acordo com a mesma, as Histórias Únicas e Poder estão, intimamente, associados. “O poder é a capacidade de não só contar a história de outra pessoa, mas de fazê-la a história definitiva dessa pessoa”. O poder político das nações mais importantes tem o condão de alterar, drasticamente, a história de um país, de um povo, de uma pessoa. Todas as histórias fazem de nós quem somos e se insistirmos apenas nos aspectos negativos, planamos a nossa própria experiência e esquecemos tantas outras histórias que formam todo e qualquer indivíduo. “A história única cria estereótipos”, mas segundo Chimamanda, o problema não passa pela mentira que os estereótipos produzem, mas sim, pelas inacabadas historias que eles representam; “eles fazem uma história tornar-se a única história”.
Em Psicologia Social designamos este comportamento de Percepção Interpessoal e Formações de Impressões, ou seja, categorizamos e simplificamos conceitos e grupos sociais. Quando nos referimos a um grupo de pessoas como “ os pretos…,”, “os ciganos…”, “os homossexuais…”, “as loiras…”, entre outros, estamos a atribuir categorias a estes mesmos grupos. São designações estereotipadas e preconceituosas que já se estudam em diversas áreas, tanto cientificas como sociais, mas… quem nunca disse? Quem nunca fez? Quem nunca emitiu um juízo de valor precipitado? Quem nunca acusou tendo com base apenas uma versão? Será que o ser humano está destinado a cometer, continuadamente, os mesmos erros? É por isso que a consequência da história única rouba as pessoas da sua dignidade. Faz com que se destaque a diferença entre todas as pessoas em vez das suas similaridades. É necessário haver um “equilíbrio de histórias”, porque as histórias também podem ser usadas para potenciar e para humanizar. As histórias também podem reparar a dignidade de um país, de um povo, de uma pessoa.
Para terminar, Chimamanda deixa-nos um pensamento sábio que reflecte a sua força e a sua resiliência: “que quando rejeitamos a história única, quando nos apercebemos que nunca há uma história única sobre um lugar, reconquistamos uma espécie de paraíso”.

Trabalho de: Andreia Barracha, Ana Madeira, Filipa Custódio, Filomena, Mª. Leonor Paulino